Nasci aos 10 minutos do dia 19 de fevereiro, fiz questão de chegar logo que o dia começou, gosto de aproveitar tudo por inteiro. Não nasci pra viver nada pela metade, nenhuma parte a menos. Quero viver tudo que tenho direito, tenho sede de ser feliz, mesmo que o sofrimento seja maior que a felicidade, não importa. A vida é agora, não tenho tempo a perder, só quero viver.

Tenho dores e alegrias marcadas na alma, sinto-as intensamente, nunca deixo de sentir. Elas lembram tudo que valeu a pena pelo caminho, mas principalmente aquilo que poderia ter sido evitado, mas jamais deixaria de viver. Tenho necessidade de observar os detalhes, olhar a criança que corre pela rua, o pássaro que voa e cruza a estrada, a moça que paquera o cara distraído. Não tenho vergonha de gargalhar, não importa onde esteja, sou quem sou em qualquer lugar.

Se for pra chorar, que seja por completo, pode ser no final de um filme ou quando a saudade rasga o peito daquela que resolveu voar pro outro lado do oceano e ainda sinto seu cheiro todas as vezes que fecho os olhos. Mas tem aquelas que estão por aqui e enchem meus dias de risada, sentido e amor. Como me fazem feliz.

Não gosto de rotina, não nasci pra repetir nenhum dia, não aceito o que pode ser igual ou pior que ontem, quero o novo, quero sentir o vento, o calor, o tempo que ainda não vivi. Quero seguir. Seguir adiante, mesmo que precise partir, mesmo que seja sem volta, mesmo que doa. Gosto de ver o sol nascer. Gosto de ver o sol se pôr. Gosto de acompanhar o movimento das nuvens, deitar no chão e sentir medo de cair na imensidão.

Gosto de curtir uma ou algumas taças de vinho, sozinha ou acompanhada não faz diferença, o que não pode faltar mesmo é a música que vai tocar e meu cão bem ali bem juntinho de mim. Gosto de olhar a lua, acompanhar suas fases e compreender a influência nas plantações, pescaria, sentimentos e a maresia. Gosto de saber sobre tudo. Das notícias que pouco importa até as mais significativas.

Sou do tipo que desejou fugir com o circo na adolescência e que talvez essa vontade nunca tenha passado. Sou do tipo que sonhou ser professora, mesmo não tendo na escola as melhores experiências da sua vida, mas mesmo assim, continuou desejando e hoje mais do que nunca acredita na escola como o lugar onde nascem os sonhos. Sou do tipo que quer ser feliz apesar de tudo e de todos. Segue acreditando que ninguém veio a passeio, dias melhores virão e a vida de todos e todas ainda vai melhorar.

Sou do tipo otimista, que acredita no ser humano e teima em confiar nas pessoas. Sou do tipo que luta, não desiste, tem fé, ama incondicionalmente, ri alto, muito alto e chora sem medo de parecer ser fraca. Sou do tipo ‘inacabada’, em construção, comum, mas jamais normal, porque prefiro ser maluca que me enquadrar a modelos e padrões que nunca irão ousar experimentar a intensidade de viver e arriscar ser feliz. Sou do tipo que tem medo, mas tem muita coragem pra nunca deixar de tentar.

Esse texto foi escrito em forma de presente de aniversário pelos meus 47 anos muito bem vividos, com o coração repleto de gratidão por todos e todas que fizeram parte desses anos e com o desejo de que o novo ciclo seja leve, iluminado, feliz, pleno e de muitos sonhos realizados.

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