Final de ano pode se assemelhar a final de campeonato. Você está certo de que deu o seu melhor, fez tudo que podia e chegou ao limite. Tem a sensação de que a única coisa que precisa agora é encerrar o jogo, respirar fundo, dar um tempo e começar um novo campeonato, zerado, renovado.

Mas antes vai precisar dar uma geral no ano que passou, pra entender o resultado. Então, vai dar conta de que teve muita vida, história, sonhos, decepções e andanças, vai precisar olhar com um pouco mais de profundidade pra tudo isso. É hora de aprender, quem sabe tentar entender porque 2019 foi um ano longe de ser normal. Teve de tudo um pouco. Teve rota feita e desfeita. Teve gente nova, gente velha, gente em todas as paradas e quanta gente.

Esse foi o ponto alto do ano que tá quase fechando a porta. As pessoas que passaram por ele e pra variar, pessoas são seres complexos. Pode ser fácil na teoria, mas complicado na prática, no dia a dia, nas dores, nos acertos e erros da vida sendo vivida. Teve gente de todo tipo entrando e saindo da minha vida esse ano.

Teve quem entrou pra nunca mais sair. Gente que não veio só. Trouxe amor, parceria, colo, ouvido e coração. Trouxe palavras de conforto, de aceitação e de muita reflexão. Trouxe paz e plantou força junto com a certeza de que nada é permanente. Ainda bem que chegou.

Teve gente que foi embora. Levou coisas e objetos que não cabiam mais, que não tinham mais espaço pra ficar. Levou sonhos, levou amor, levou partes de um coração que desaprendeu a pulsar. Levou sorrisos, alegrias e lembranças. Levou abraços e sensações. Deixou vazio, deixou tristeza, deixou dor, deixou quase nada que já não sei mais o que colocar no lugar. Deixou espaço. Ainda bem que se foi.

Teve gente de passagem e como teve. Teve tanta gente de sotaque, ritmo, jeito e palavras diferentes. Gente que chegou com som, fé, coragem e celebração. Gente que entrou como quem não quer nada e nunca mais vai sair dessa roda. Gente que aprende, ensina e batalha. Gente que ama gente. Gente que ama animais. Gente que ama seu lugar, sua terra e seus costumes. Gente que dá um duro danado hoje, pra melhorar o futuro de muita gente. Agradeço por essa gente chegar.

Foram tantas idas e vindas que é hora de celebrar a gigante que habita em mim. Meus sonhos são de muitos. Minhas palavras são de todos. Meus passos são de uma multidão. Ainda não consigo reconhecer ao certo quem sou depois de tudo isso, mas talvez nem precise, porque sou esse estado mutante contínuo. Sou a celebração dessa vida toda em mim.

Então, bora seguir, afinal 2020 tá aí! Que a vida nos reencontre e nos ressignifique, sempre!

Edna Borges: dizem que sou formadora, mas na verdade sou formada por gente, muita gente!          Dez 2019

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